sábado, 27 de fevereiro de 2010

Modernices



Ainda me lembro da cara de espanto de uma prima minha que mora em Paris ao ver-me pagar a electricidade e o telefone confortavelmente sentada em frente ao PC. Não sei como é agora, mas até há uns anos atrás o conceito de homebanking era uma coisa que não lembrava aos nossos amigos gauleses. Parece-me que nisto somos pioneiros. Se não somos pioneiros somos pelo menos muito bons, e não há cá mais conversa.


Eu não conseguia viver sem homebanking. Quer dizer, conseguia, mas era chato. Eu cá gosto de não ter de ver a cara de tótó do meu gestor de conta no balcão da agência. Ainda se o tipo fosse giro...mas não é. Temos mais que fazer.




E, lá está, estou tão habituada a ver tudo na net e a arquivar (sem ler, confesso) a papelada que banco me manda que me presto a fazer figuras parvas como a que passo a descrever a seguir.

Diálogo entre Safira Maria e o simpático operador do Help Desk online de uma entidade bancária nacional (não queremos cá estrangeiros a guardar o nosso tostão!)

Simpático Operador: Boa tarde, o meu nome é ... em que posso ajudar?
(vou saltar a parte do bla bla em que perguntam quem fala e se estamos bem de saúde e bem dispostos com a vida)
Safira Maria: Boa tarde, sabe o que é, é que eu gostaria muito de começar a reunir a minha papelada para o IRS e ainda não recebi as declarações fiscais de 2009. Pode verificar se há algum problema, por favor?
Simpático Operador: ah, pois não há problema nenhum.
Safira Maria (já a preparar-se para mandar vir): não? Mas eu não tenho as declarações...
Simpático Operador: Tem sim. Estão online. Já não recebe em papel.
Safira Maria (já a bufar): QUÊ???Não recebo em papel? Estão online? Mas eu não sabia de nada, como é que estão online e eu não sei?
Simpático Operador: Mas foi informada no dia tal, também na sua área de informação online. (embrulha!) A sua conta está parametrizada para receber o extracto e as declarações digitais online, e não em papel (ouve-se em fundo a comunidade arborícola a bater palmas de contente)
Safira Maria (à beira da apoplexia): Curioso, eu não pedi para ter extracto digital (eu cá gosto de papel a atafulhar-me dossiers) (ouve-se o resfolegar furioso da comunidade arborícola) (Opá, eu planto coisas e nunca apanho flores na natureza, não me chateiem, sim?!), como é que me parametrizam isso sem eu pedir?
Simpático Operador: Pois não pediu, mas recebeu uma carta no dia Y (vai buscar!), com o seu extracto (o tal que eu arquivo sem ler) dizendo que a partir de 2010 ia ser assim e que todos os clientes com acesso online deixariam de receber correspondência, a não ser que expressassem o contrário por escrito. Como a Senhora não disse nada... (embrulha e vai buscar de novo!)
Safira Maria: (sentindo-se brutalmente imbecil..) Ah!...(silêncio em que o sorriso cínico do simpático operador é quase palpável)...certo...(Bom, you win!...) e então pode ajudar-me a encontrar no site as declarações para eu imprimir?
Simpático Operador (em mode magnânimo): Com certeza. Estão aqui bla bla bla, opção n sei quê, tra la la. Mais alguma coisa?
Safira Maria (bem, era um carro novo, mas pronto): Não, não, muito obrigada pela sua ajuda.

Moralidade: eu fui um nadica totó, mas o que importa é que o meu banco é um espectáculo! Tenho as declarações com um click.
O meu banco, tecnologicamente falando, é um espectáculo!


Este país, tecnologicamente falando, é um espectáculo!
Está pejado de imbecis, mas os não-imbecis tecnicamente bons, são mesmo muito bons!

VIVA O HOMEBANKING!!

Posto isto, deixo aqui uma palavra solidária à malta que não tem homebanking e leva 37 facturas para pagar no multibanco, geralmente quando eu preciso mesmo mesmo de levantar dinheiro: ARDAM NO INFERNO!!!!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Vão buscar!


Coisa mai linda que é a FÉ!!!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

É hoje que os comemos!!!


Os bifes que tomaram de assalto o Rossio, mais as suas grades de cerveja e estes cachecolitos dependurados dos seus rosadinhos pescoços de porquinhos anglo-saxónicos, podem ir a rastejar para casa.
Digo eu, cheia de fé.
Se a coisa correr mal, amanhã volto para dizer mal do árbitro!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Serendipity




Sempre gostei desta palavra.


Gosto do som (faz-me pensar em serenidade) e gosto do significado. Gosto de saber que há uma palavra gira que consegue descrever uma feliz coincidência. Gosto de saber que existe uma palavra gira e mais curta para 'Anti-Grande-Galo-Universal'.



Assim como Cristóvão Colombo, que procurava a a Índia e virou para o lado errado, acabando por descobrir a América, também eu, volta e meia, encontro coisas boas sem as procurar, ou procurando outras. Como no mês passado, em que encontrei 25€ num bolso do saco de ginástica quando procurava umas meias!


Este não é com certeza o mais glamoroso nem o mais significativo episódio 'serendipético' que conto no meu currículo, mas apeteceu-me prestar aqui homenagem às grandes conquistas inesperadas e aos fortuitos acasos que nos fazem felizes e nos dão também a coragem necessária para nos mexermos pelo que queremos.

Enquanto o Sporting não ganha e tal...a malta tem de ir escrevendo sobre outras coisas.


Banda sonora
: At my most beautiful - R.E.M

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Ó júbilo, ó incomensurável alegria! Aí está o Carnaval de novo...

Chego ao ginásio envolta num casaco comprido. Só eu e poucas testemunhas ( entre as quais três gatos assustados e um labrador circunspecto) sabemos o que ele esconde.


Entro no balneário. Fátima, o palhaço, e Cristina, a menina da escola, com o seu bibe verde, já estão na finalização das pinturas. Olham para mim com ar reprovador até verem os traços brancos que tenho na cara. Nasce-lhes um sorriso de esperança.


Desaperto o casaco. A tensão sente-se no ar. Parece um filme do Brian de Palma. O palhaço e a menina da escola não tiram os olhos mim à medida que vou revelando o feltro cor de rosa que me envolve desde meio da coxa até ao pescoço, salpicado por uma mancha branca na zona da barriga. Não sabem bem o que pensar até verem o pompom branco que trago acoplado ao rabo. A colocação das orelhas já só é mera confirmação.

Se eu podia ter-me inscrito num ginásio que não nos obriga a ir mascaradas (de coelho obeso) para a aula? Podia...mas não era a mesma coisa.




Não era bem isto, mas em termos de ridiculo andou lá muito perto...


E fazer os abdominais com o pompom no rabo? Do melhor!!! Lá fiz o frete, mas raspei-me assim que pude, mesmo a tempo de evitar a triste demonstração do meu miserável sambar, e consequente - e inevitável - comparação com um saco de batatas com uma crise de epilepsia.


Banda Sonora: Não deixe o samba morrer - Maria Rita

(opá...por mim podem sambar até cair para o lado. Desde que eu possa estar a fazer outra coisa qualquer)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Interrompemos esta emissão para dar conta de uma notícia especial


SOU OFICIALMENTE DO SPORTING DE BRAGA!


Banda Sonora: The Unforgiven - Metallica
(carinhosamente dedicado ao palhaço do João Pereira, que ainda por cima me custou um jantar para sete!) (João Pereira, se me lês, por favor não me processes por difamação. Chamo-te palhaço com o mesmo carinho com que te chamaria atrasado mental, a ti e a mais meia dúzia dos teus colegas!)