terça-feira, 23 de agosto de 2011

Estamos muito ralados com isso...

É que fazem cá uma falta!
Ide, ide, apitar quem vos atura as birras!


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Chuva de Verão

Rumar até onde as nuvens estão mais carregadas e o vento sopra morno e forte e ainda assim recusar o guarda-chuva ‘oh, para quê? Não, deixa ficar, também não deve chover nada de especial’. Começar a descer o caminho por trás do Farol do Cabo, com o mar aberto à nossa frente. Gargalhada aqui e ali, com a xanatinha a escorregar nas pedras lisas, e vento, muito vento. Inspirar a maresia e esquecer o mundo.
‘- ui, viste o relâmpago?’ (eu não, não vi nada, a melena sempre nos olhos, e estes fitos no chão, a observar formigas).
‘hum...se calhar voltamos para trás, está a começar a pingar’.
Acordo para o mundo quando S. Pedro decide abrir as comportas do céu. Caminhamos depressa, e de cabeça baixa, mas dois minutos depois já estamos ensopados. O vestido cola-se-me às pernas (felizmente não é branco) e a chuva martela-me os ombros nus. Ainda assim rio. Chegamos ao carro ainda a rir, encharcados, mas felizes... Olho para os carros à volta, cheios de pessoas abrigadas e de caras fechadas (mas secas, é certo). E penso: you don't know what you're missing...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os cromitos

Podia ser um post sobre os novos ministros (especialmente depois de hoje ler alguma imprensa), mas não é. É verdade que os meus cromos também me custam algum dinheiro (ainda ontem foram 35€ em comida, 42€ em vacinas na terça...) mas tenho a satisfação de saber sempre com o que conto: despesa certa e disparates em barda. Estes ao menos não perdem tempo com promessas, fazem logo a porcaria que têm a fazer. Não há surpresas. Não há equívocos, nem voltas trocadas. Sabemos sempre que, chegando a casa, teremos os vidros todos lambidos, mais um buraco no quintal e a buganvília roída. Nos dias bons, claro. Mas também sabemos que quando nos saltam para cima, com colossais lambidelas e a fazer graçolas, não estão à espera de ração extra nem tacho reforçado. Lá em casa temos cães com personalidade - enxertados em corno de cabra, é certo -, mas what you see (and hear) is what you get.


Digo-vos com sinceridade: quanto mais leio secções de política e o calibre de uns e outros a quem estamos entregues, mais gosto dos meus cães. Loucos e insanos que são, têm uma classe e nobreza de carácter do caraças, mesmo despenteados e sem gravata!


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Recordação de férias



A caminho do Cabo Espichel


Um preto e branco a transbordar de nostalgia. Que saudades de não fazer nenhum...

Vem-me à cabeça o Bicycle Race dos Queen. Sorrio. Mas só por breves instantes, que me ocorreu outra do Greatest Hits I. Por alguma obscura razão dou comigo a achar muito menos piada ao pensar no Fat Bottomed Girls.


Vou daqui a pensar que (no meu caso, pelo menos) se calhar um pouco mais da primeira levava a bastante menos da segunda.


E vou daqui já irritada, pois claro!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Pontos de vista

Notícia do DN esta manhã:
"IVA sobre electricidade e gás sobe já este ano": "É antecipado para o último trimestre deste ano o aumento da taxa do IVA sobre electricidade e gás natural", afirmou o governante. (o governante é o Ministro das Finanças)

Notícia traduzida do Le Figaro, esta manhã: "François Baroin (Ministro da Economia) exclui uma subida do IVA: “aumentar os impostos e as taxas seria uma “solução de facilidade”". Aconselho vivamente a leitura do desenvolvimento da notícia original aqui.


Não sei… se calhar há uma razão para sermos os débeis mentais da Europa que ganham menos e pagam tudo mais caro que os congéneres europeus. Continuamos a ser os “desenrasca agora, e depois logo se vê”. É, e desde há muito tempo, uma questão de exemplo que (não) vem de cima. Mais grave agora, quando se quer mostrar trabalho depressa; e olha que bem que calha ficar com os louros com os sacrifícios dos que menos podem.
Oxalá me engane, que era muito bom sinal, mas palpita-me que ainda hei-de ouvir muita gente dizer “Sócrates volta, que estás perdoado”.


Até lá, uns conselhos de redução de custos energéticos muito básicos, e que eu também vou adoptar lá em casa:
1) Um tacho = 4 ou 5 refeições.
2) Acabam-se os acompanhamentos cozinhados. Não há a costeleta com arrozinho, nem o peixinho de fricassé com puré. Comida de rancho: Massa com chouriço, arroz de bacalhau, caldeirada, jardineira...tudo o que se conseguir fazer usando apenas um bico do fogão!
3) Acompanha-se com saladas cruas (que também ajudamos os agricultores, já que somos nós que temos de tomar conta disso, também...By the way, onde andas agora, ó Paulinho quero-sande- de-córato-e-justiça-para-os-velhinhos?)

4) Adormecer no sofá com a televisão a trabalhar para o boneco até às tantas? Não pode. Temos sono? Caminha!
5) Sala multimédia com tudo aceso? Não pode! Apenas um electrodoméstico de entretenimento ligado de cada vez. Ou o PC ou a televisão!
6) Música? Pode, mas só ao fim de semana, e não mais do que hora e meia.
7) E banho? Banho, pode. Mas dia sim, dia não, e de água fria no verão.
8) Passar a ferro? Pode. Mas só a roupa que for para sair à rua. Lençóis, toalhas, panos da louça, os boxers, as cuequinhas e demais mariquices? É dobrar muito bem e alisar como se puder.

9) Aspirar? Pode. Mas só uma vez por semana. É usar a swiffer, mas reaproveitando os paninhos.
10) Aquecimento central no inverno? I don’t think so. ‘Tá frio? Temos pena! Mantinhas, que são muito boas. Ou dormir com os cães em cima.

11) Se não resultar: Fazer como fazem as minorias desprotegidas e fazer uma puxada ilegal do poste transformador mais próximo.


Estou mais ou menos na palhaçada, mas preocupa-me deveras a cavalada desenfreada destes senhores a quererem mostrar mais trabalho do que o senhor anterior, custe o que custar, porque obviamente não lhes custa a eles. Amigos, olhai à vossa volta e parai com as fantasias. Sois tão ou mais incapazes do que o Senhor Engenheiro no ir ao cerne da questão. Como diz o ditado, só mudaram as moscas...só que estas, para além do resto, têm um claro problema de definição de personalidade e andam armadas em vespas africanas. Ou deveria dizer angolanas? Se calhar, não, que me corre mal a vida...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Tenho um Flautista de Hamelin em casa e não sabia

O meu mais que tudo é um rapaz que, para onde quer que vá, me consegue sempre desencantar avistamentos de bicheza interessante. Ele é corujas, no primeiro dia em que saímos juntos para tomar um café, ainda só amigos (yeah, right...), ele é pirilampos, coelhos, flamingos e até, pasme-se! uma raposa (que ficou a olhar placidamente para nós na beira da estrada. Ora ver uma raposa à beira da estrada às duas e meia da tarde, com trinta graus, meus amigos, digo-vos eu, que não é para todos. É um facto que o bicho não parecia estar em grande forma, o que poderia explicar o que fazia a descoberto áquela hora, mas isso agora não interessa nada). O que interessa é que nunca volto para casa sem ver, pelo menos, um coelhito ou uma ave de rapina (que espero vir a identificar um dia, assim o bicho fique quieto o tempo suficiente para eu lhe tirar a pinta e depois confirmar no meu Atlas da passarada).


Depois de duas semanas de boa vida a observar a fauna das redondezas, estou de regresso ao trabalho (oh joy!) e a única fauna que vejo anda a dever horas ao chuveiro, de modos que desde segunda feira ando com um humor tão rançoso quanto as criaturas com que me cruzo no metro.


Ora o meu amantíssimo esposo, que só pensa em agradar-me, conseguiu ontem surpreender-me com um avistamento extraordinário, quando íamos a sair para jantar (tou deprimida, ok, não me apetece cozinhar!!!). Na verdade, por pouco não me entrava o avistamento em casa. Uma destas!

Depois de uma cobra no tapete, fico à espera de algo ainda mais fixe, tipo um coala no limoeiro. A fasquia sobe, meu caro amigo :) :)!!


(Não, não a matámos, que me opus ferozmente à ideia. As probabilidades de ser um animal perigoso são poucas, a fazer fé nos herpetólogos deste país (medo...) e a bichinha era fofinha... Proporcionamos-lhe um agradável banho de mangueira e dirigimo-la (à mangueirada) para mais verdes pastagens (o quintal do vizinho. Sim, sim, vamos avisá-lo, quando ele voltar de férias...)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Vão aumentar o IVA, mas pelo menos continuamos a ter melros



Saúdo com entusiasmo a decisão do Sr. Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, de retirar o melro das espécies cinegéticas e assim revogar a estúpida portaria que nos encheu de tristeza há poucos meses e que previa que os senhores caçadores (esses iluminados que em vez de ler um livro, ou cultivarem-se de alguma forma decente, se divertem a matar animais inocentes mata fora) pudessem matar estes encantadores bicharocos alados.



Apraz-me ver que, afinal, não há só idiotas no novo governo.