sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Porque náo sei se o mundo não acaba mesmo hoje


Deixo já aqui os meus votos de Boas Festas, devidamente acolitada pelos meus elfos caninos e felinos.  Um Santo Natal, e muita esperança para 2013.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Natal já não é o que era


Ontem fui às compras. Não me organizei, e ando, como boa tuga,  no desespero. Desespero esse que me fez ligar à minha irmã e perguntar-lhe ‘olha lá, casaco ou pullover, cinzento ou azul eléctrico, agora és S ou ainda M?”. Resposta, tão desassombrada quanto a pergunta: “ Casaco. Azul. Nunca fui S, pá!!!. Espera, em que loja estás?” “na...” Ah, ok, então é mesmo  o M...”

E é isto a magia do Natal este ano... Não estou orgulhosa, pois claro que não,  e tenho de dar razão aos cépticos do Natal e aos arautos da desgraça que o qualificam como época dada à histeria e hipocrisia colectiva. É verdade que gostamos de dar presentes, mas não é menos verdade de que dispensávamos o stress envolvido en comprar presentes para 17 ou 18 pessoas - fora os que estão longe e não vão estar na consoada mas a quem temos/queremos enviar um mimo na mesma. Não é menos verdade que se acaba, não raras vezes, com um ataque de nervos porque não comprámos nada do que gostaríamos e ainda assim gastámos o dobro do que devíamos.  Acaba-se muitas vezes a deitar o Natal pelos olhos ainda antes de ele começar. Este ano estou assim. Sem paciência. A ideia de entrar nas lojas já me causa agonias. Ainda assim esforço-me por encontrar um presente giro ou útil. O que é mais do que muita gente faz por mim. Que a dois dias (uteis) do Natal me enviem um email “Olha, este ano estou sem ideias. O que queres de presente?” não faz nada pelo meu espírito natalício. Mas como a bem da minha sanidade mental adoptei o moto “Nem quero saber” até que as festas acabem, acabei de muito disciplinadamente  enviar uns links da FNAC para a minha amiga de Toulouse escolher um CD e não ter muito trabalho a pensar no que há-de enviar-me. Bem, é certo que eu também lhe enviei um pacote da AMAZON, mas pelo menos perdi tempo a pensar no livro certo para ela, o marido dela e os dois filhos...Mas dá trabalho o inverso. Por isso, eu que escolha, e mande o link e ela paga e manda entregar. Um cheque num envelope faria o mesmo efeito e poupava nos custos de entrega. Digo eu. Mas isto sou eu que hoje dei para me por a pensar demais. Depressa! Modo off. Moto on:  Nem quero saber!
Siga, siga. Siga, que só faltam cinco dias e depois acaba!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Quem precisa do Pai Natal quando tem um gajo como o Gaspar


Recebi ontem um presente. Da Autoridade Tributária. Gostamos sempre de ver os envelopeos dos acólitos do gasparzinho na caixa do correio.  Eu gostei imenso. Porque descobri que  é bom viver em Portugal. Aliás, é óptimo viver em Portugal. Especialmente desde que o PSD foi para o poder. Portugal é o único país do mundo onde as coisas valorizam quanto mais velhas e expostas à intempérie estão. Sou uma mulher rica e não sabia, é o que vos digo! Qual bacalhau para a consoada! Caviar, meus amigos. Caviar e Veuve Cliquot, que não faço a coisa por menos. Sou a rainha Midas, tudo o que possuo vale ouro. Ah, tanto ano na ignorância, tanto ano a poupar porque não se sabe o dia de amanhã e afinal estou sentada em cima de um investimento que me valorizou 57% em 3 anos e nem desconfiava! Ando eu maltrapilha a comprar na Mango quando podia por os pelintras dos angolanos da Prada da Avenida da Liberdade todos no chinelinho! Ó Gaspar, pela tua rica saúde, porque levaste tanto tempo a dar-me essa boa nova??? Porque não me disseste mais cedo que a minha casa vale para ti mais do que o seu valor de mercado actual?  Queres comprá-la pelo valor que achas que ela vale, Gaspar???? É que fazemos já a escritura e passas tu a pagar o IMI da tua fantasia, ó meu grande filho da p%#&!


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Carta abreviada ao Pai Natal


Querido Pai Natal. 

Tenho uma lista preparada para ti, que só te enviarei no dia 22 que não quero que te andes a cansar e a gastar dinheiro se os Maias afinal tiverem razão.

Mas precisava de uma coisa antes de dia 22, Pai Natal, e só tu é que me podes ajudar. É uma coisa que não pode esperar  e que tens de fazer já já.  Antes que seja tarde demais. Antes que trevas de Godinhor se abatam de vez sobre Alvalade. Sabes o que é, Pai Natal? Já que o nosso Chavez do Lumiar não larga a cadeira nem por nada, e só faz merda atrás de merda sem que ninguém o mande internar, peço-te, Pai Natal, tu diz ao Rudolfo que venha cá abaixo num instantinho e dê uma cornada no outro palhacinho do Jesualdo que o mande de volta lá para o planeta de onde ele veio, antes que  bote o pé no estádio e e me dê cabo do resto.

Pai Natal, imploro-te! Já ontem tive de tirar a faca das mãos da minha irmã para ela não abrir os pulsos e a duras penas não meti eu a cabeça dentro do forno.


O caso é sério, Pai Natal! Tic tac tic tac... O outro já lambuça os beiços incompetentes, não podemos deixá-lo chegar a Lisboa!!! 

MANDA-ME JÁ ESSA RENA!!!! 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Foi só para me lixar o serão, não foi?


Querida FOX via MEO

Não sei se o Relvas também te botou a mão e anda a brincar aos programadores para chatear (ainda mais) os honestos assalariados que chegam a casa cansados e querem relaxar, mas, se não foi ele, foi alguém por ele e gostaria, ainda assim, de lhe ir à tromba. Porque - e não sei se reparaste - a terceira série dos “Walking Dead”, que ainda não tinha acabado,  desapareceu do mapa. Puft...onde estão os mortos vivos?  NO CIBERESPAÇO!!!! Ora eu sei que é uma série desprovida de conteúdo, fútil e inverosímil, mas eu gosto. Gosto de ver cabeças a explodir e sangue a jorrar de feridas impossíveis. Gosto do som dos crânios a rachar quando se lhes dá uma catanada furiosa. Gosto da agonia desesperada do morto vivo quando a carne humana lhe escapa. É a minha droga das quartas feiras. E acho francamente mal uma pessoa querer relaxar, dar ao comando e... nada. Ninguém quer saber da nova série que estreou no lugar dos mortos vivos: não precisamos de saber os escândalos de Washington porque temos muito melhor em S. Bento, e todos os dias. Começas a irritar-me, FOX via MEO. Já me basta ter de pagar o estúpido canal (blarghhhhh) benfica porque faz parte do pacote obrigatório. Agora deixar de ver os meus os meus cadaveres ambulantes em decomposição a cair como moscas e visualizar o meu accionista em cada um deles??? Julgo que te falha o alcance dessas iniciativas irreflectidas, FOX! 

GIMMI BACK MY WALKERS!!!!!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Digo eu assim sem perceber nada do assunto


Faz-me alguma confusão o suicídio. Não vou aqui debater se é cobardia ou não, porque acredito que cada um sabe de si. Penso que acaba por ser, na maior parte dos casos, um caso de profundo egoísmo. E porque estou a pensar nestas coisas nesta bela tarde de outono? Bem, porque acabo de ler que a enfermeira que se deixou enganar pelos dois tontinhos - que, espero, tenham já às costas o merecido processo disciplinar/criminal e aprendam a  lição– deixou carta de suicídio à família. Portanto, diz que a senhora suicidou-se mesmo. Lá se vai, portanto, a teoria do MI5 a castigar a terrível delatora. Enforcou-se , ao que consta. Dúvida número um: expliquem-me, por favor,  como é que uma enfermeira, com acesso a seringas, morfina e afins, prefere agonizar durante os onze segundos que, diz quem sabe, demora a morte por enforcamento. Dúvida número dois: o motivo. Diz-se que terá ficado envergonhada por se ter deixado enganar. Bem, é certo que a senhora não devia ser muito esperta para achar que a Rainha de Inglaterra ia pegar no telefone e ligar directamente para um hospital para saber novidades da sereníssima  enjoada, atingida por essa doença raríssima chamada gravidez. Volto à minha questão: a humilhação é razão suficiente para se deixar dois filhos e um marido, demais família e amigos, destroçados? Estou em crer que não. Então o que mais? Falta profissional? Não me parece ter existido. Ao que parece esta enfermeira só terá passado a chamada para o serviço onde a enjoadinha mor gasta o dinheiro do erário inglês. Talvez para lixar a vida aos dois animadores? Tsk tsk, era um processo e ainda ganhava dinheiro com a história...Portanto, continuo sem perceber a lógica do raciocínio da senhora. Fraqueza de cabeça parece-me o diagnóstico mais acertado. Que uma pessoa se mate por não ter dinheiro para viver, por não ter razão para viver ou porque está doente e quer abreviar o sofrimento, ou porque deu uma de Bruce Willis e quer salvar o mundo do Armagedão, ainda percebo. Agora por causa da Kate Middleton, já acho um bocadinho de mais.  Desculpem lá, mas se calhar reconsideravam-se algumas prioridades aqui...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Porque a humildade é uma coisa bonita, ainda que nos obrigue a assumir que afinal não somos masters do Universo

  Venho aqui publicamente assumir a minha azelhice técnica




Que alma caridosa me pode dizer como é que se formata  o blogue para que se possa responder aos comentários logo abaixo do comentário a que se quer responder? É que fica muito mais giro... e eu já andei aqui às voltas e não encontrei...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Custa a acreditar, amigo...

É, eu também ainda não estou em mim.
Diz que é feio uma senhora dizer palavrões. Por isso vou remeter-me a um prudente silêncio e vou ver se vejo um filme que não seja de terror. Apre, que Deus odeia-nos mesmo. 

É feio dizer palavrões. É feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrõesÉ feio dizer palavrões.

Alguém em dê um Jameson. Puro. Já.
ARGHRRRRRRRRRRRGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Olhem quem está de volta


Estreia dia 13.
Sou capaz de ir ver. Embora ache que sem o Viggo Mortensen (Aragorn) isto é capaz de ter (muito) menos piada. Não sei, digo eu assim de repente.



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O governo também deve andar a fazer consultadoria na Fertagus

Tinha para mim que a Fertagus ainda era a única companhia de transportes que tinha alguma consideração pelos seus utentes. É certo que pagamos realmente pelos passes, mas viajamos comodamente, geralmente a horas e sem percalços de maior. Isto até há uns tempos atrás. Coincidência ou não, desde que se fala no corte das PPP, o serviço tem vindo a piorar, sendo que tenho as seguintes queixas e sugestões aos senhores administradores que se abotoam com os meus noventa e sete euros de passe mensal:
a) não sei se já notaram, mas a janela do primeiro banco da terceira carruagem do comboio das 7:43, que se não sabem, deviam saber é o meu banco, tem uma infiltração há meses. E sim, fui eu que atasquei a janela de lenços de papel, na vã esperança de estancar a fuga. Não resultou, pelo que solicito que vedem aquilo como deve ser.
b) não aprecio que o comboio das 7:43 saia às 7:57, sem que nos seja dada uma satisfação.
c) não aprecio que depois dos 15 minutos sem informação o maquinista saia disparado da composição e inicie uma gesticulação excitada para indicar a linha do outro lado como quem diz 'é melhor correrem, bando de imbecis, se quiserem apanhar o comboio seguinte porque este já não sai daqui'. Não sei se está nas condições particulares do meu título de transporte que tenho de saber linguagem gestual para poupar trabalho aos agentes comerciais de usar o sistema de altifalantes, mas suspeito que não.
d) sobre a vossa ideia boçal de poupar uns trocos e acabarem com o funcionário nas cancelas do parque, obrigando as pessoas a ir à bilheteira para fazer o pagamento do mesmo, tenho a dizer o seguinte: 
d1) As filas homéricas que ontem presenciei na estação eram dignas do pior cenário de racionamento de um país terceiro mundista
d2) obrigar as pessoas a permanecer quarenta minutos numa fila para fazer o pagamento de 1,60€ de parque diário é ridículo e justifica plenamente os excessos que passageiros exaltados acabaram por cometer, fruto da absoluta frustração perante a passividade absolutamente lamentável do pessoal da bilheteira
d3) a estes senhores e senhoras, tenho a dizer mais isto: em vez de fazerem cara de frete e despejarem a frustração pessoal pela sobrecarga de trabalho estúpido que esta solução iluminada origina, e responder mal aos utentes que, lamentamos profundamente, têm todo o direito a fazer a reclamação que entenderem e a solicitar a presença de um responsável se o funcionário é manifestamente incompetente para lidar com a situação, não seria pior terem dois dedos de testa e chamarem reforços.
d4) a resposta 'acha mesmo que a esta hora há um responsável aqui???' não é aceitável. Se não há, devia haver. É chamarem-no para ver, por si, a estupidez de implementação que fez.

Cereja sobre o bolo: quando finalmente saí do parque constatei que as cancelas estavam abertas. Nem piquei o título. É má fé ou não é má fé? É que na fila ainda ficaram, seguramente, mais de cem pessoas, muitas das quais com os filhos à espera na escola, a cumprir escrupulosamente a sua parte do contrato quando podiam, e deviam, quanto a mim, ter saído do parque sem fazer o pagamento por impossibilidade de o fazer em tempo útil. Peninha, é o que temos!
Dizia uma senhora ' a vossa sorte é que o povo é manso'. E é. Só reclama de papelinho, para depois receber em casa respostas de agradecimento pelo contacto, e ficar a saber que não tem razão nenhuma, que a Fertagus é que sabe e que o utente é estúpido e inconveniente por estar a dar trabalho aos que ligam a chapa cinco para responder. 

(hã, hã, foi mesmo movimento o que ontem se viu)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O desejo secreto da maioria dos portugueses


Porque sou uma querida e não quero que vos falte nada.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A minha sina com os gatos é uma neverending story de bizarria e contrariedades

Dois gatos saudáveis vão à vacina. Com duas semanas de intervalo. Passados dez dias, o primeiro gato adoece. Perda de peso súbita, febre e desidratação. Gato número dois em excelente forma. Passados quinze dias após a sua vacina, gato número dois adoece. Mesmos sintomas de gato número um, que entretanto está a antibiótico há três semanas, sem ter sido diagnosticado porque os noventa e sete euros que gastei em análises foram, adivinhem lá? inconclusivos.



Pergunta que me ocorreu assim de repente: serei só eu a achar que o wally está na vacina?

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quando morrer vou direitinha para o céu


Fazemos pelos nossos muitas coisas que não faríamos por terceiros, ainda que se pusessem de joelhos e nos prometessem o nosso peso em frascos de Nutella. Não têm conta as coisas que se fazem contra vontade, só por amor a outrém. No topo da lista, e muito justificadamente, vêm as nossas mães. Assim de repente, a coisa mais aberrante que fiz por D. Micas foi gramar com um concerto do Júlio Iglesias porque tive a brilhante ideia de lhe oferecer dois bilhetes. Noblesse oblige, lá fui eu, agradecendo aos santinhos o facto de D. Micas não padecer de pimbalheirite aguda que poderia resultar, um dia, em ter de a levar ao Atlântico ver o Tony Carreira ou coisa pior. 

Pelos irmãos também fazemos muitas coisas surreais como voluntariarmo-nos para esperar por eles quando estão no turno da noite e não têm transporte para casa. Durante vários meses, saía de casa às 7h e voltava para casa já depois da meia noite. 
Pelos maridos também fazemos vários sacrifícios como engomar camisas (sim, somos forretas e não acreditamos no cinq-a-sec e afins) e abstermo-nos de dizer mal do Benfica, e só Deus é que sabe o que me custa não vilipendiar esse e outros clubes por quem nutro especial antipatia.
Faço muitas coisas bizarras porque gosto das pessoas e quero que sejam felizes. Para não magoar um amigo, fanático pelos Genesis, ouvi-lhes a discografia completa, desde o início dos tempos, aqueles tempos em que uma música durava um lado todo do LP (sim sim, o saudoso Supper’s Ready,  Deus o guarde no baú e que eu nunca mais o veja à frente). E eu nem sequer apreciava os Genesis. Agora, claro, não os suporto. Por outra amiga, mas por motivos menos nobres – o já não poder ouvi-la - li a quadrilogia dos vampiros da Stephenie Meyr, que, como seria de esperar, detestei. A  amiga, até hoje, não me perdoou. Diz que sou demasiado racional na análise da coisa. Que é uma história de amor, bla bla bla. Hum Hum. São vampiros e são lobisomens. Nenhum existe. I rest my case. Mas não a consigo convencer. Pior, ela fez de missão de vida o ter de ajudar-me a redimir-me de outra enorme pecha na minha cultura literária. E por isso, porque é uma querida, e porque sem ela não consigo encontrar o caminho da luz, tem lá isto para me trazer amanhã:
Sim. Os três. Yuppi...
Sei que muitos dos leitores que ainda me vão visitando já se estão a benzer, em choque absoluto. A esses leitores quero dizer o seguinte: eu já não posso ouvir aquela alma, de manhã à noite, a falar-me no Christian Grey e na tontinha Anastacia. Eu já odeio os personagens e ainda nem li os estúpidos livros. Mas tenho um grande problema: gosto mesmo muito desta alma doida que me atormenta o espírito com as historietas de americanas frustradas que se vestem de cabedal (errata: parece que não mete cabedal, afinal) e andam por aí a pedir para serem chicoteadas. E como gosto muito desta alminha, e ainda mais da minha paz de espírito, vou (tentar) ler esta treta de uma vez para ver se volto a ter sossego na minha vida. 
Quem disse que os espíritos fortes não se vencem pelo cansaço não conhece a MJ! 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Um dia de chuva

O nosso grande Fernando Pessoa, disfarçado de Alberto Caeiro, escreveu:

Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é. 
(in Poemas Inconjuntos)

Sobre isto, duas considerações: 

Claramente Alberto Caeiro não andava de transportes colectivos em Lisboa em 'belos' dias de chuva. E seguramente não tinha cabelo com tendência a frisar. Só pessoas que não reunem cumulativamente estes dois predicados podem escrever absurdidades destas!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Das minhas fraquezas e terrores #1

M-E-D-O.
O mais puro e primário MEDO.

É o que me assalta quando vejo uma máquina de costura. Nem chego perto. Sim, sei que é uma lacuna grave na educação de uma fada do lar, mas tenho medo, pronto. Aquilo anda sozinho, enrola e desenrola carretos sem que ninguém peça, anda para a frente quando se quer andar para trás. E o pedal, meu Deus,  o pedal, quem é que controla aquele device infernal?

Mais depressa pego num berbequim (e, por Deus! se aquilo me mete medo, também) do que me chego ao pé de uma máquina de costura. Safa! Vade retro, engenho de Satã!  

(e, sim,  tenho inveja das pessoas que fazem coisas giríssimas com a máquina do demo e depois vão para o comboio mostrar a toda a gente como são prendadas. As reais cabras!!) 

sábado, 24 de novembro de 2012

Está tudo explicado

E quando eu pensava que não havia explicação para o meu número de calças ter subitamente decidido andar a par com a minha idade (Why God, why????) e andava aqui a matar-me com saladas e sopinhas, eis que descubro que não vale a pena estar a sofrer porque, segundo um estudo que descobri na net

TRABALHAR COM O CÉREBRO FAZ ENGORDAR
O trabalho intelectual, em detrimento do uso dos músculos, poderá contribuir para a epidemia de obesidade que atinge o mundo civilizado, que não será apenas provocada pela falta de exercício físisco, afirmou um investigador Canadiano, professor de Quinesiologia na Universidade de Laval, no Quebec.
Segundo o investigador, o cérebro de uma pessoa que está a fazer um trabalho intelectual ou a trabalhar com um computador utiliza a glucose como fonte de energia. Mas, acrescenta, uma vez que a actividade intelectual queima pouca energia, provoca uma necessidade de glucose que faz com que a pessoa absorva depois mais alimento do que o organismo necessita.

in "semana médica" Outubro 2005 


Pronto, e é isto a minha vida. Anda uma pessoa a matar-se a estudar para ter um trabalho qualificado (tem dias) e depois é isto. Penso, logo engordo. Está bonito, está. 

(Depois de saber desta aviei-me de dois pratalhões de massa ao jantar. E em calhando vou ali comer um geladito antes de me ir deitar. É que estive a fazer um ensaio sobre literatura e sinto a glucose em baixo...assim como assim, quando for vou balofa, mas vou de barriga cheia)

Ah, mas agora que penso nisso: tenho uma colega que também passa o dia  a trabalhar no computador e é mais magra do que eu. Não tão gira, é certo, mas mais magra. Ceteris paribus, só posso concluir que se ela não engorda... é porque não pensa! Pronto, tal como disse, está tudo explicado. (sim, sou uma cabra ordinária, e depois?)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Tão giro que tu eras #1 ( o cardinal é só para enfeitar, não sei haverá mais edições. Afinal sou uma mulher ocupada e sem tempo para patetices)


Sou uma pessoa (por vezes) distraída. Não é por isso de espantar que só há duas semanas tenha descoberto que o  Jared Leto é o vocalista dos ‘thirty seconds to mars’. Antes que comecem a vaiar a menina, permiti-me recordar que alguns de nós têm uma vida e não a passam seguramente a ver a MTV ou grudados no Youtubi. Ouvimos a tufonia, e já é uma sorte! Por isso, alguns de nós lembravam-se do Jared Leto como Hephaestion, o amante amigo dedicado (e podre de giro. Eu cá acho e quero ver os caixotes do lixo de quem não comungar desta minha opinião) de Colin Farrel em Alexandre, O delicado Grande, filme que apreciei apenas porque gosto de ver a pernoca dos moços toda de fora, embora tenha ficado muito decepcionada com a caracterização capilar escolhida para o Colin Farrel. Colin, sabes que te aprecio q.b., e por isso te digo com todo o carinho: parecias um parolo com esse cabelo cor de palha. Eu sei que o Brad Pitt também estava louro como Aquiles, em Tróia, (e que Holywood é um mundo cão que permite duas estreias de superproduções de clássicos gregos em menos de seis meses), mas há um factor incontornável a considerar: tu não és o Brad Pitt. A ele fica-lhe (muito) bem. A ti, nem por isso. Evita, portanto, que a gerência (que até acha uma certa piada ao teu ar de irlandês suburbano arruaceiro) agradece. Dito isto, e marcada esta pungente e muito oportuna posição, volto ao Jared Leto. Este moço...


...afinal também canta. Diz que já há algum tempo. Desde 2002. Bom saber que só estou com dez anos de atraso.

Mesmo chocada com a minha incultura– sim, que a menina não gosta nada de não saber tudinho destas coisas muito importantes do showbiz -, fui investigar. Mais valia ter ficado quieta. O rapaz canta, e não desencanta de todo, até gosto muito da colagem que fez ao 'where the streets have no name' dos U2. Claro que isto era o que eu achava antes de ver o video de um cover da Lady Gaga (que a minha religião não me permite reproduzir de tão mau que é)... e esta foto.



Jared, amori... pela tua rica saúde! O que é que te passou pela cabeça (que não o cortador de relva, que até aí consegui perceber)???? Só me envergonhas, homem...

Mas agora já percebo melhor como arranjaste tão facilmente o papel de rabeta, perdão, guerreiro macedónio...

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

So close


Visto que o manto frisado que me cobre a cabeça tem vida própria e nem sempre colabora, esta manhã atrasei-me e saí de casa à pressa, sem tempo de ir à pilha dos ‘livros a modos que levezinhos para ler no comboio’. Como estou de greve às imposições académicas até logo à noite, também não fui à pilha dos ‘livros não tão levezinhos que me aborrecem de morte mas me obrigam a ler para poder fazer os testes’. Resulta portanto que só tinha o providencial Destak para me entreter no comboio. O Destak é porreiro porque é de borla e, embora esteja um pouco aborrecida por terem suprimido a rubrica do horoscopo, o que me complica a vida porque fico sem saber o que me vai acontecer durante o dia, sempre é melhor ter meia dúzia de páginas para ler do que página nenhuma. Sim, mesmo que um jornalista ache que ‘edílico’ é uma coisa bonita de se escrever. Adiante.

Como ainda ninguém me ofereceu um IPAD (!), ao fim de três estações já o Destak estava lido e relido e eu prostrada na janela, profundamente entediada. Logo por azar estava tudo muito calmo, nenhuma conversa a que prestar atenção, nenhum toque de telemóvel ridículo sobre o qual cuspir veneno...nada. Só quando eu estou a tentar ler é que me entopem os ouvidos com parvoíces, mas claro, quando não tenho nada para fazer também não colaboram para minorar o meu tédio. Falsos!
Estava eu nestas considerações quando, de repente... VEJO-O! Olho de novo. O cabelo impecável. O ar aprumado. Não há dúvida: é mesmo ele na plataforma. Vai entrar na minha carruagem! Agito-me. Sinto a centelha da vida irromper-me pelas veias desencantadas. Aguardo que suba a escada e venha até ao primeiro piso (nós, os seres superiores,  não viajamos no piso inferior). Sobem duas simpáticas velhinhas e uma adolescente desgrenhada (não vou desencantar-te já, amiga, mas só para que saibas, isso do cabelo ter personalidade piora com a idade). Mas dele, nem sinal. NÃOOOOOOO! Ficou lá em baixo, com as massas (blargh). Um contratempo. Mas nem tudo está perdido; o maquinista, Deus o guarde, está do meu lado e as estações desfilam agora a velocidade estonteante. Concentro-me. Sei que ELE sai na mesma paragem do que eu, mas com tanta gente  não é garantido que o consiga apanhar sem danos colaterais. O comboio pára. Finalmente. Precipito-me pela escada, sem ceder passagem a ninguém. Estou focada. Quase lhe sinto o cheiro. Deus colabora; saímos ao mesmo tempo da carruagem. Roço no seu casaco. É um bom casaco. Um casaco caro. Decerto comprado com o dinheiro que recebeu do Benfica em 2009 para inventar aquele miserável pénalti que roubou a Taça de Portugal ao Sporting. Preparo o golpe, que se quer cirúrgico, e a parecer acidental. A mala da marmita, pesada de pescada em cama de legumes e arroz branco com tomilho,  retesa-se sob a força controlada do meu mortal braço direito. Calma, miúda. Nervos de aço. Tu consegues! No último segundo, um inocente atravessa-se entre nós. 'Sai, idiota, sai!!!'. Ele não sai. A ocasião perde-se. MALDIÇÃAOOOOO!!!

Atrás de mim, o marido diverte-se com o meu ar contrariado. Diz-me: ‘então, não o mandaste escada abaixo?’. Rosno, entre dentes: ‘não consegui’. Ele abana a cabeça, com um meio sorriso. Já sabe que sou insana. Também sabe que este leão nunca esquece...

We shall meet again, Lucílio Batista.   
MUAHAHAHAHHAHHAAHAHAHHAHAHAHAHAHAH...


Nota final da autora: esclarecem-se os passageiros da fertagus que viajaram esta manhã para Lisboa, incluindo o Exmo. Sr. Lucílio Batista, que em momento algum esteve a sua segurança comprometida. Os acontecimentos relatados são verídicos mas foram dramatizados por força da extraordinária capacidade criativa da autora que, pese embora aturadas reflexões sobre o assunto, ainda não conseguiu perceber por que não enveredou por uma carreira no disparate ficcional. 
Mais, esclarece-se que as conclusões sobre a qualidade do casaco do senhor Lucílio Batista são verdadeiras, mas que se ignora com certeza a proveniência dos fundos usados para o adquirir e que a autora apenas sugere uma explicação.
Esclarece-se ainda que não tem a autora qualquer preconceito quanto aos passageiros que escolhem viajar no piso inferior, pese embora considere que sejam feridos de julgamento deficitário porque os lugares em cima são muito mais cool!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ai que prazer...

...não cumprir um dever. Dei uma de Fernando Pessoa: as Literaturas Europeias foram para as couves. Já eu vou ali à cozinha buscar o belo do Earl Grey para depois me espojar ostensivamente no sofá e ver dois episódios de 'The killing'. Mai nada!


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Das escolhas que fazemos na vida e de como se aplica a máxima 'mais valia que estivesses quieta'


São múltiplas as desvantagens com que uma pessoa se debate quando pretende cultivar-se  intelectualmente e não tem vida para essas mariquices.  Para além do investimento financeiro - que tem retorno previsível na vizinhança do zero, a não ser que consiga insinuar-me junto de um vereador da cultura da CML de Sesimbra, ou vá, do Seixal (de Setúbal é que não, que tenho rrreceio de não entenderrrr a a prrrronúncia )-  o que mais me custa é o tempo que gasto nesta dedicação à nobre arte da elevação intelectual.  Parte importante  do qual é passado a lastimar o tempo que não gasto na dedicação a outras nobres artes de elevação espiritual. Não pinto há três anos. Nunca mais desenhei. Também escrevo pouco, se é que contam como escrita os debitanços tontos que vou colocando aqui. Tenho álbuns de férias desde 2010 para recuperar, mais o álbum de casamento director’s cut para terminar. O meu ponto cruz está mais mumificado do que a Nefertiti que pretendia bordar. O pseudojardim põe a Amazónia a um canto, só ainda não apanhei por lá crocodilos, mas é dar tempo às lagartixas. Pensei nisto ontem, enquanto tentava debitar duas páginas sobre as novidades arquitectónicas da segunda fase  da construção do Mosteiro da Batalha -  que me interessa tanto como o ciclo reprodutivo da formiga africana - e via o sol a brilhar lá fora.  Confesso-me um bocado cansada desta coisa da elevação intelectual. Preciso mesmo de outra licenciatura? Ou de ouvir a minha rica mãezinha, que tem sempre razão, perguntar ‘ó filha, mas isso vai servir-te para quê?’ e ter de responder baixinho (sentindo-me assim mesmo mesmo estúpida) ‘bem, na verdade, muito provavelmente para nadinha desta vida’. Pois é...

E logo à noite, em vez de ver ‘The killing’ vou ter de debitar sobre frisos e nervuras, arquivoltas e rendilhados manuelinos. Sweet...

Moralidade: Para a próxima, quando te derem as febres da inquietação e da elevação intelectual, pega num livro de receitas e aprende a fazer molotoff! 



sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Dos excessos


Li esta manhã que o indivíduo responsável pelo atirar do very light (alguém me explica esta nomenclatura ridícula?) que acabou por matar Rui Mendes, adepto do Sporting,  na final da taça de Portugal em 1996, voltou a ser condenado a 18 meses de prisão. Porquê? Por ter arremessado uma cadeira contra um agente da autoridade.  Onde? No estádio da Luz, durante o jogo com o Spartak da semana passada. Como? ??Estava em liberdade precária. Ahhhhhhhhhhh....

A conclusão imediata que se tira é que a pedagogia é uma coisa que não se aplica em Portugal. Parece que o episódio da Taça de 1996 não lhe tirou a vontade de ir à Luz fazer asneiras. Um modelo de redenção, este senhor, a exibir o comportamento  típico da pessoa que está arrependida e vive mortificada com um infeliz acidente que roubou a vida a um seu semelhante e marcou, da pior forma, aquilo que se pretendia ser um dia de festa. Incompreensivelmente para mim, na altura, e hoje ainda, a ‘festa’ continuou, e  a Taça acabou mesmo por ser entregue ao Benfica. Tivesse sido ao contrário e a minha indignação seria a mesma. Mas isso agora é só um reparo.

A mim o que me preocupa mesmo é que estes fulanos continuem a frequentar estádios. Este, os das claques, que nem vêem o que se desenrola em campo ocupados que estão a destratar membros da claque adversária, os frustrados com a vida que vão encher-se de alcool e dizer palavrões, e mais um sem número de imbecis que não sabem comportar-se numa manifestação desportiva. Dir-me-ão que o futebol é um desporto das massas, que é o povo e mais não sei quê, e que se quiser finesses que vá ver um torneio de ténis ou de golfe. Pois sim. Só tenho um problema com isso: o Estoril não me dá jeito nenhum e, a bem dizer, detesto golfe. Eu gosto é da bola. Para mim é um jogo de paixão, sim, o que não equivale a selvajaria. No último Sporting-Benfica a que assisti em Alvalade, para a Taça também (vitória por 5-2, a perder por dois ao intervalo. Bons tempos esses de um Sporting eficaz) pude ver em primeira mão a falta de civismo de pessoas, aparentemente normais, que depois vão para ali transfigurar-se em potenciais serial killers. Também por essa razão (e não tem a ver com os resultados do meu Sporting, arranjai outra piada fácil, vá) há muito que não vou a um estádio. Continuo a ver a bola em casa e a ouvir relatos na rádio( que nós não gostamos de ser roubados e não temos as Sport TV). Continuo a gritar como uma maluca quando há golos (embora este ano não se note nada...) e ainda corro para o telefone para ligar à minha irmã ou envio-lhe um sms. Ligo à minha mãe “viste, mãe, tu viste bem aquela jogada?”. Ou inversamente, que D. Micas também vibra, do alto dos seus 79 anos. Troco prognósticos e  piadas com o meu tio, benfiquista ferrenho. Tenho amigos e família portistas. Não abdico de debater a jornada com os meus colegas, homens e mulheres, benfiquistas e sportinguistas.  Se há picardias clubísticas e bocas? Claro que sim. E ainda bem, rimo-nos imenso à conta delas. É isso que diverte e é isso que educa. Uma pessoa tem de aprender a rir de si mesma, ser tolerante. Não é uma arte fácil. É evidente que fico frustrada quando o Sporting perde. E que fico eufórica quando ganha. Mas são ali uns cinco minutos e depois passa. Num e noutro caso. Não faço de nenhum um cavalo de Tróia. Em boa verdade, tenho mais o que fazer! E é isso que a malta doente não percebe; que a bola não é um fim em si mesmo e não é para ser levada demasiado a sério. Que a vida é demasiado curta para perder tempo com clubites e ilações parvas. Em suma, que há vida para além da bola, para a grande maioria das pessoas. Para o Rui Mendes, lamentavelmente,  é que já não...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Da greve

Gostaria de formalizar um sentido pedido de apologias aos senhores da Vimeca a quem, num acesso de tontice injustificada, apelidei ontem de 'anormais'. Não foi bonito da minha parte, até porque os senhores foram uns queridos e atenderam a minha chamada telefónica às seis e meia da manhã e confirmaram que iam fazer as carreiras que me interessavam e tudo. Palmas, portanto, para a Vimeca. Claro que eu não sou ninguém para felicitar a iniciativa privada, mas se o Passos pode, eu também posso;  que eu, pelo menos, não roubo nada a ninguém e ainda tenho alguma moral para falar de trabalho honesto. 

Não foi, portanto, por causa da Vimeca que eu não pude vir trabalhar ontem. A Fertagus e Metro, a quem eu, conjuntamente, pago mais de cem euros por mês, é que me falharam. A Fertagus diz que por causa da Refer, o jornal diz que por causa de uma catenária, é escolher a versão. Seja como for, logo, quando for renovar o passe vou dizer à senhora para me fazer o acerto. Vou fazer-lhe perder o mesmo tempo que eu perdi ontem ao ir em vão para a estação. Coitada da senhora, não tem culpa, mas lá está, eu também não! Da Metro já nem vale a pena falar, porque aquilo lá é tudo enxertado em corno de cabra. Isto com todo o respeito que tenho pelos trabalhadores, apesar de ainda não ter apanhado nenhum particularmente simpático ou que tenha resolvido à primeira uma questão que eu tenha colocado. Culpa minha, seguramente, que não tenho nada de fazer perguntas difíceis. Admito que isto de trabalhar o dia todo debaixo do chão há-de queimar alguns neurónios; é mais  do que normal que não consigam perceber, mesmo que se lhes explique com muita força, que parar a circulação não prejudica a empresa, que já vendeu os passes e se está profundamente nas tintas para o utente. Deve ser das vibrações, aquilo deve complicar com o ouvido interno e a malta acha que estas greves vão chatear muito o patrão. Não chateiam, amigos. O patrão adora, o patrão bate palmas de cada vez que recebe um pré-aviso. Sabeis porquê? Porque o que poupa em energia e dia que vos descontam mais do que compensa a meia dúzia de bilhetes avulsos que possam deixar de embolsar. As vossas estúpidas greves só chateiam quem paga (realmente) para beneficiar do serviços que os meus amigos prestam (sofrivelmente). Chateiam quem tem de andar ao sabor da boçalidade grevista dos meus amigos. E embora a greve seja uma prerrogativa prevista na Constituição, também deve estar previsto na Constituição o direito a ir trabalhar em paz e sossego e ter a garantia que o passe de 30 dias serve para a totalidade dos trinta dias. Até porque acabam por ser os utentes que cabam por pagar os salãrios de quem fica em casa a gozar o dia protestar.  Desculpar-me-ão a franqueza. Nestas coisas das liberdades, o risco é sempre onde se começa a entropiar a vida do inocente. Eu também me sinto frustrada. Também estou com este governo pelos cabelos. Mas não me vêem a mim lixar a vida do próximo gratuitamente, pois não? Ó meus amigos, com todo o carinho vos digo: sois burros! Aprendei a fazer as coisas! Quereis fazer mossa no patrão? fazei greve às bilheteiras. Abride as cancelas e deixai passar o povo sem pagar. Aí, já dói ao patrão, que tem os custos todos da operação e ainda redução efectiva de receita.  Como diz? que depois os maquinistas não podem ficar em casa? POIS NÃO! Mas se há uma causa maior...Ou não há?...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

What to, what to do?

Estou aqui num dilema corneliano: venho trabalhar amanhã ou deixo-me ficar em casa a passar as duas máquinas de roupa que não me apeteceu passar no domingo? 


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A lata destes gajos não cessa de me espantar


Partilho aqui um email fofucho que recebi hoje dos meninos do Gaspar. Diz que querem que se peça sempre factura, que senão não se consegue controlar nada, e que é uma maçada para eles, porque depois têm de conseguir receita aumentando os nossos impostos, que é uma coisa que lhes custa imenso, tadinhos, que são tão nossos amigos e só querem o nosso bem. Se não acreditam  vejam o que eles dizem:

"Se todos exigirmos fatura em todas as aquisições que efetuamos conseguiremos:

• Aumentar a riqueza conhecida que Portugal produz (PIB);
• Aumentar as receitas fiscais, sem pagarmos mais impostos;
• Aumentar a equidade e justiça entre todos os contribuintes portugueses;
 Diminuir o défice orçamental e criar condições para uma redução futura da carga fiscal;"


Por outro lado, 

"Quando não exigimos fatura contribuímos para:

 Aumentar a evasão fiscal e enriquecer ilicitamente aqueles que não pagam impostos;
• Diminuir a receita fiscal, que é uma riqueza de todos os portugueses;
 • Prejudicar com mais impostos os contribuintes cumpridores.

Quando é emitida fatura, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) garante o controlo e a cobrança do IVA correspondente. Se a fatura não for emitida esse controlo é impossível."


Pese embora fique extremamente grata por ter estas verdades de Lapalisse na minha caixa postal (ó meu Deus, que seria de mim sem tão iluminado contributo da AT?), tenho umas considerações a tecer. Umas coisas que o amigo Gaspar ainda não percebeu:

a) Eu não sou funcionária do Estado. Não tenho de lhes fiscalizar a economia. Não tenho de me encher de papéis inúteis e ser insultada por pedir factura por uma bica, só porque o Estado é inepto. Peguem nas perninhas e fiscalizem, amigos. Fiscalizem. Mexam-se. Ah, e já agora, taxem as lojas dos chineses e hipers. Portugal também agradecia!

b) Graças a Deus também não sou uma cabra invejosa. Por isso, a do 'estar a beneficiar quem não paga', também não cola. Quero lá saber da vida dos outros. Eu pago o mesmo, peça factura ou não.  Se alguém se safa, olha, tanto melhor! Se me dissessem 'se pedir sempre factura, no fim do ano tem um rappel de 10% convertível em bolas de berlim' ou qualquer coisa do género, a malta ainda considerava. Agora trabalhar à borla? Para o Coelho e para o Gaspar? PQP, pardon my french. 

c) Como eu, muitas pessoas verão nesta assumpção de incompetência uma oportunidade dourada para fazer negócio. Se eu encontrar quem me faça um desconto amigo na peixaria se eu não pedir factura, o que é que acham que eu vou fazer? Hum?...Ah pois...temos peninha, pois temos, somos contra, por princípio, ah pois somos, mas também estamos cansados de ser os honestos parvinhos. Até porque o peixe anda pela hora da morte!

Ah, mas bom, estou a ser injusta...afinal há uma cenoura de que o Coelho e Cia abdicam:

'Em breve receberá mais informação acerca dos benefícios fiscais (até 250 euros) que serão proporcionados a quem exige fatura'

UAU. Amigos, pegai nos 250€, fazei um rolinho e escondei-o onde o sol não brilha, sim?
Daqui não levam nada.
Obrigada.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Curta

Nestes tempos de crise, convém poupar no máximo que podemos. Estou por isso muito satisfeita de ver que o meu último post continua tão actual esta semana como na semana passada... A este ritmo não escrevo mais nada este ano...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Palavras para quê?



Esperando por melhores dias...

(ai, jasus, ca nervos, ca nervos!)


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Do atendimento a clientes ou pormenores de qualidade de uma subserviência a que alguém devia começar a prestar atenção


Aproveitando uma reunião de fim de tarde em Lisboa e o facto desta se ter realizado mesmo em frente a uma loja que não me paga para fazer publicidade e que por isso não nomearei ( mas cujo nome começa por ‘M’ e acaba em ‘o’ e tem ‘ang’ no meio), resolvi entrar em busca de um trapinho elevador do astral soturno com que andamos todos. Fui percorrendo a loja, sem grande entusiasmo, confesso, porque me irrita solenemente a moda feita para gajas sem curvas, e a proliferação daquela miséria que são as calças justas, as tais das skinny ou do slim fit, que só fica bem a mulheres anoréticas que só comem ervilhas. Eu, que graças a Deus!  era capaz de matar por uma boa pasta e que exibo orgulhosamente essa característica na pernonga e no rabiosque, não posso usar essas coisas. Quer dizer, poder, posso. Até mais do que muitas texuguitas camufladas que se enfiam nos slims e se esquecem que a banhoca sai toda por cima e andam a fazer figuras tristes como se fossem anunciantes humanos da Michelin. Eu cá sou muito prática: não me favorece, não uso. Moda ou não moda.

No meu périplo, reparei em dois senhores africanos, espojados num banquinho, rodeados por duas jovens assistentes da dita loja. Achei o cenário tão exótico (homens na tal loja foi coisa que nunca vi, nem na secção masculina, por sinal muuuuuuito fraquinha) que me pus a observar discretamente, fingindo-me fascinada por uma gabardinas por ali penduradas. Então a conversa era a seguinte:

  - Não, más o que eu queria mêsmo éra uma coisa mais gárida, que elas pudessi pôr uma bijútaría beránti, e um sápato di sálto alto.

Percebi então que os senhores africanos estavam na verdade a fazer um shopping para donzelas ausentes  e que as assistentes da loja andavam a esvaziar prateleiras para lhes satisfazer os desejos, como se estivessem num atelier de luxo. Como achei aquilo tudo muito pindérico,  larguei as gabardinas e deixei os senhores africanos na vida deles e fui provar umas calças. Ficavam bem, embora alguém deva explicar à tal loja que a mulher portuguesa não mede normalmente 1,80 m e que escusam de fazer pernas daquele tamanho para depois chegarmos a casa e termos trabalho de as cortar. Obviamente, esta vossa amiga recusa-se a pagar para que lhe façam bainhas nas lojas. Sou forreta? Deixá-lo. Era o que mais faltava ficarem-me com o dinheiro da peça, da alteração da peça e ainda com o tecido cortado!

Pego nas minhas calcinhas e lá vou para as caixas. Estava uma pessoa a ser atendida. Passado um bocado, já depois de ter cheirado os perfumes todos e ter olhado depreciativamente para as bijutarias ali penduradas para tentar os incautos, comecei a prestar atenção ao que se passava à minha frente: uma operadora passava freneticamente os artigos que outra lhe ia passando de um gigantesco monte. Uma terceira estava por ali, suponho que a dar apoio moral. Curiosamente, só aquela caixa estava aberta. Depois de ver passar 3 horrendas calças leopardo, percebi que o monte enorme era dos senhores africanos e que a jovem loura à minha frente devia ser a desgraçada da assistente deles, a quem tinha calhado na rifa ficar na loja a pagar a conta. Comecei a olhar fixamente as assistentes, a ver se alguma percebia que havia vida para além dos paralelos 4 a 18. Ignoraram-me olimpicamente, apesar de eu estar muito visível com a minha gabardina vermelha, por acaso até comprada naquela mesmíssima loja, há dois anos atrás. Ora eu sou boazinha, mas não gosto de ser ignorada. Ia começar a barafustar quando me apercebi de que estavam a  fazer subtotais. O primeiro foi de €995. O monte por passar fazia dois do já passado... Olhei para as minhas calças de €19,90 e percebi que nem que eu fosse a Diana de Gales ressuscitada conseguiria chamar a atenção daquelas almas.  Fui por as calcinhas no sítio de onde as tinha tirado e saí ostensivamente da loja, com a firme intenção de não voltar lá mais. Mas estou arrependida, que devia ter feito reclamação. As moças, coitadas, estavam atrás da comissão. Percebo isso. Respeito isso. O que não percebo é desrespeito por outro cliente pagante. Não teria ficado mal abrirem uma caixa para os outros clientes pobrezinhos, cujos rendimentos vêm de trabalho honesto e  não têm proventos de diamantes ou armas ou luvas de empreitadas e não andam a pavonear-se pelas lojas de Lisboa como se fossem a última coca cola do deserto. Irrita-me solenemente esta atitude reverencial ao santo tostão dos paralelos 4 a 18 .  Santa paciência. Tendes dinheiro, ide à 5ª avenida que é muito mais fino, não andeis a entropiar a vida de quem só quer comprar umas calças, senhores! 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Fumo branco no Lumiar

Parece que habemus treinador.

 Ladies and gents, I give you....

(rufam tambores, arrulham pandeiretas)

Franky Vercauteren!!!! 
(visualizem por favor o cartaz do 'bater palmas e gritar com muito entusiasmo')


Tem assim umas semelhanças um pouco rebuscadas  com o Viggo Mortensen, o que é sempre bom do ponto de vista desta vossa amiga. 

Em termos de carreira, pois que me lembro do mocinho na Selecção Belga (que, como se sabe, fica sempre muito bem colocada nas competições mundiais e europeias), e até creio que tenho lá para casa um cromo dele na minha caderneta dos mundiais ou europeus. Fui googlar mais e fiquei a saber que tinha uma alcunha fofinha: 'Le petit prince'. Gosto. Eu, que tenho a mania das aristocracias e continuo a achar que Napoleão Bonaparte faz parte da minha linhagem remota, gosto de ver gente com títulos à frente do Sporting. É bonito. E também deve ser o único título que vamos ver este ano, mas isso agora não interessa nada.
Não sei se é um grande treinador, nem se é o treinador indicado para o Sporting. Sei que é um treinador, e que tem o meu apoio, o que, como toda a gente sabe, já é meio caminho andado para lhe correr bem a vida. Estou satisfeita. E até vos digo mais: depois de não conseguir dormir durante os dois dias em que se dava o Couceiro (wtf????? mais do mesmo?) como certo, até podia vir um Godzilla  traveca que eu ia achar lindamente. É assim que andamos.

Não sei porque é que não convidaram o Godinho Lopes para o governo; também é tão iluminado que só se estragava uma casa. 




terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ele há gente que não tem grande amor à vida



Isto foi o que a cara metade - benfiquista fajuto, que nem liga à bola a não ser para me chagar o juízo-, achou por bem enviar-me por email, esta manhã.
E depois admiram-se da escalada dos casos de violência doméstica. 

Dito isto, até eu já me rio. Godinho, Godinho, já ias mas é de carrinho!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

EXTRA! EXTRA! Dois perigosos terroristas detidos em Sesimbra City, na noite de sexta feira.



  

Nero Augusto, aka, a Sombra Maléfica e Nikki Aurora, agora conhecida pel' a-que-não-partia-um- prato-e-bem-nos-enganou, foram, na passada sexta feira, formalmente acusados de vandalismo e profanação de solo sagrado. Pendem ainda sobre os dois  facínoras três acusações de homicídio em primeiro grau na forma tentada e uma acusação de homicídio qualificado na forma tentada e conseguida.  Os actos, não testemunhados mas deduzidos com elevado grau de certeza, após aturada investigação na cena do crime, foram perpetrados com requintes de malvadez, tendo resultado na destruição de parte do jardim zen da proprietária, Safira Maria. Ainda em choque no momento desta entrevista, Safira Maria foi incapaz de proferir declarações inteligíveis, limitando-se este repórter a relatar que a proprietária se encontrava pálida e combalida quando foi encontrada a tentar reanimar a, até agora, única fatalidade do pérfido ataque, o Escovilhão, carinhosamente apelidado de Árvore Pompom

Como seria a vítima mortal, se não tivesse selvaticamente
assassinada
Encontram-se ainda em estado crítico, o Abacateiro Joe e Fidelia, a Camélia, cujos prognósticos  continuavam reservados à hora do fecho desta reportagem. 
Escaparam com ferimentos ligeiros, duas espécies de arbusto,  cuja identidade não foi divulgada. Sobreviveram, incólumes, os malmequeres e  três roseiras.


Para além da perda de vidas, há a lamentar avultados prejuízos materiais, sendo necessário substituir dois vasos partidos,  terraplanar o terreno e recuperar ou substituir o equivalente a duas sacas de casca de pinheiro soterradas sob um camadão de terra, que os escroques espalharam no processo de escavação de um gigantesco buraco.

Os meliantes, que de imediato se entregaram sem oferecer resistência, encontram-se neste momento com termo de identificação e residência, e saídas limitadas. Foi-lhes suprimida a dose de festas diárias e não lhes é dirigida a palavra desde o fatídico evento. Em declarações a este repórter, A-que- não- partia- um prato declarou estar arrependida e ter sido coagida por Sombra Maléfica, que alega não se recordar do acontecido.  Estão em curso investigações para determinar se Sombra Maléfica poderá ter agido sob acção de psicotrópicos provenientes de uma flor de Datura, encontrada  parcialmente mastigada no local. Interrogada sobre a existência de uma árvore com propriedades alucinógenas na sua propriedade, Safira Maria recusou prestar mais declarações, fechando-nos a porta com um lacónico 'vocês sabem lá o que é a minha vida!' 

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O demo voltou...

E quando pensávamos que a crise deprimia tudo e todos e matava todo e qualquer processo criativo, eis  que José Rodrigues dos Santos nos vem salvar do marasmo  com um livro sobre...a crise!  Seguramente encontrará uma forma original de dizer que a culpa disto tudo é dos malandros dos mercados financeiros (ou do Sócrates, se der mais jeito a quem estiver a ler) e fará com que o seu fabuloso action man, Tomás Noronha, aka master do universo dos seres supremos cujo intelecto superior a todos ofusca, nos arraste, comuns mortais ignorantes e indignos,  num turbilhão de (in)esperadas e brilhantes deduções intelectuais e pungentes dilemas morais do estilo 'papo a sueca de fartos seios, não papo a sueca de fartos seios?'.

Sim, Tomás Noronha voltou. Lamentavelmente, só se vai embora 592 páginas depois. 

Aqui o porquê de eu não suportar este 'indevido'. Que eu não odeio gratuitamente as pessoas. Não todas.

Uma última palavra para aqui agradecer publicamente à grande amiga que, sabendo da solene embirração que sinto por este senhor, fez questão de me enviar este convite para o lançamento. Estou sensibilizada. A sério. Obrigada, do fundo do coração, MJ. É que eu achava que ia ter uma tarde de sábado chata, com as compras de fim de semana e a limpeza da casa. E agora, só de pensar na alternativa que me propões, sinto-me a doméstica mulher mais feliz do mundo. E até calha bem ter de levar os gatos à vacina, não fosse despachar-me a tempo de ainda assistir à sessão de autógrafos e sentir-me tentada (NOT!).

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Aviso já que o post abaixo é resultado de exposição prolongada a conversas da tanga durante a hora de almoço


Querido debitário,
 
Mais um momento de elevação durante a hora de almoço aqui no desterro de Carnaxide.
Fiquei a saber (sem contudo ter perguntado) que o Bruno, da 'Casa dos Segredos', foi apanhado a cheirar coca. Não conheço o Bruno,  mas invejo-lhe a sorte. Deve ter bons contactos que lhe conseguem drogas a sério. Eu própria, à falta de melhor,  já olhei aqui com ar guloso para a minha bisnaga de UHU. Só não dei sequência ao acto porque dava demasiado trabalho explicar um tubo amarelo acoplado ao nariz. Pode haver colegas mais sensíveis, e eu não quero chocar ninguém. É também por isso que eu ainda não abri os pulsos com o saca agrafes, coisa que me apetece fazer umas dez vezes por dia. Mais, dependendo das tarefas para saguis retardados que me venham a cair na mesa durante o dia. Não o faço porque é lixado tirar manchas de sangue de alcatifas e a D. Elvira já deve ganhar uma miséria; não vou ser eu a dar-lhe trabalho extra, muito menos agora que só recebe mais 25% por  hora. 
Por isso, Bruno, se me lês: todos nós temos os nossos dramas e as nossas grilhetas diárias. Não desesperes, rapaz. Eu sei que deves estar fartinho de estar aí fechado com esse desfile de putéfias e broncos 24/7 , mas olha que estás aí sossegadito, comes de graça, não te levantas às seis da manhã para ir trabalhar, não sabes o que é o OE para 2013, nem que o Sporting está há três semanas  a pedinchar pretty please a ver se alguém o vem treinar. Tens aí um casulinho onde nada se passa, onde ninguém te chateia. Não precisas de coca para nada, homem!  
Por isso podias deixar-te de merdas e mandar-ma para cá, sim?

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O que eu gostava de ter uma sopeira


A sério. Adorava. 
Se eu tivesse uma sopeira, tinha-a mandado a ela ir buscar os meus padrinhos ao expresso ontem. Tinha ela carregado com trinta kgs de marmelos, alheiras e figos, mais um saquito de castanhas, e vá, roupa para três dias, divididos entre seis ou sete malas e maletas. No comboio da Fertagus. Em hora de ponta.
Também teria sido ela a passar meia hora de rabo para o ar a apanhar os sacos de plástico que os gatinhos decidiram sacar do sítio e espalhar pela cozinha, ao chegar a casa às dez da noite. Mas só teria feito isso depois de apanhar os cacos do meu rico copo Coca Cola, ganho com o a absorção de calorias extra numa promoção MacDonald’s, que os gatinhos, num acesso de furiosa loucura, também acharam por bem mandar para o chão. Seguramente para os sacos de plástico não se sentirem sozinhos. E, claro, teria sido a sopeira a apanhar uma crise de nervos a correr atrás do cão, mato adentro, com o belo sapatinho de salto alto, porque o quadrúpede resolveu aproveitar o passeio e,  qual Indiana Jones em busca de algo perdido na noite, sumir-se no capim. Teria sido ela a fazer figura de tresloucada  a berrar ordens vãs a um cão que, descubro-o agora, só pode ser surdo.

E é isto a minha vida.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Desta vez é a sério que vou escrever aqui todos os dias. Digo eu, com convicção.


Ando farta de gastar dinheiro em agendas e caderninhos para registar os meus gloriosos momentos do dia. Era uma batalha perdida à partida; se já conseguir lavar os dentes e por o creme reboco de fachada antes de adormecer é um feito monumental para quem chega a casa estoiradinho como eu, tenho lá cabeça para escrever no caderninho o que me aconteceu nesse dia. Ainda comecei, pois comecei, mas as três últimas entradas, de há meses atrás, dizem: ‘dia estúpido no escritório, não me lembro de nada relevante’. Ora, eu garanto-vos que não tendo uma vida glamorosa e excitante como a Rita Pereira ou as tontinhas do Fama Show, ainda vou fazendo qualquer coisinha que me alegra a existência. Não tenho é ânimo para contar porque ando ocupada a ganhar dinheiro para depois dá-lo ao Gaspar. Mas, rejubilai! Decidi fazer como aquele mocito precoce que aos 13 ou 15 anos já era médico (não, criaturas, não é o Relvas, é aquele que agora faz de Barney, tarado sexual convertido na muy divertida série How I met your mother) e anotava os seus pensamentos profundos no pc.  Se eu tivesse um IPAD até podia ir fazendo isso no comboio, mas lá em casa há quem não acredite no poder do tablet e ainda estou à espera... e agora depois do frigorífico novo acho que vou sentar-me confortavelmente durante uns anos meses.
Vou, portanto, inaugurar uma nova rubrica neste espaço, que oportunamente terá um nome e essas coisas todas, para dar azo aos meus pensamentos diários. Se isto já era um mundo bizarro, não garanto nada daqui para a frente. Mas poderão ler pérolas como esta:

‘Querido blog, 

O momento alto do meu dia laboral foi ajudar um colega a arrumar as compras que o Jumbo veio entregar. Hesitei na escolha do ponto alto laboral do dia, porque também gostei bastante da pausa para a cenoura, que foi aliás a razão pela qual perdi o autocarro das 17:15. Contrariamente a Marcelo Rebelo de Sousa, neste blogue acredita-se que não é fashion andar a comer cenoura na via pública.’

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pega Rabuda

Nao vá o incauto leitor pensar que eu estou a falar desta fulana...





...e apesar de também ter encontrado a 'minha' pega à beira da estrada...
... informo que o post é sobre a ave.
Esta ave.




O propósito do post é mesmo registar este momento solene em que, pela primeira vez em 32 anos, avisto esta ave na margem sul do tejo. Bom, também nunca a avistei noutra margem de outro qualquer rio em Portugal. Na verdade, nunca cá tinha visto nenhuma. Sei que as há, e que pessoas mais dotadas do que eu até as conseguem fotografar e tudo, mas para mim foi uma primeira vez. Ruidosa e entusiasticamente celebrada, para susto do meu pobre sogro (que felizmente não sofre de patologia cardíaca) e confirmação inequívoca da  forte suspeita de que a nora não joga com o baralho todo. 
Mas, ainda que a minha sanidade mental tenha ficado irremediavelmente maculada, o avistamento já ninguém mo tira. E como a malta do forúm de aves que frequento passa a vida na rua à cata de pássaros e observa 130 espécies por dia e seguramente até vê aves enquanto dorme, e teria uma reacção do género 'ah, sim, uma pega rabuda...e atão? eu cá vi três dódós na semana passada', prefiro um público mais fácil e confio nos poucos resilientes que ainda me vão lendo para rejubilar comigo. Vamos lá, todos a uma só voz: Viva a pega rabuda da Safira! 

(Salvo seja. Embora de carnes também não me possa rir muito da outra monga da primeira foto. Ai de mim, que nem a elíptica me vale (é certo que ajudava se eu fizesse mais de dez minutos por mês, mas isso agora são permenores...)).






sexta-feira, 12 de outubro de 2012

E quando eu julgava que já nada me poderia chocar

Lisboa, oito e meia da manhã. Leio o meu Metro enquanto aguardo o autocarro da Vimeca com o ar conformado de quem não nasceu efectivamente rico e tem de trabalhar a 50km de casa para ganhar a vida senão depois o governo não tem a quem roubar cobrar. Sou perturbada na minha leitura por três miúdas que se cumprimentam ruidosamente. Mau! Tento em vão concentrar-me mas é impossível não ouvir as três púberes gralhas. Tento continuar a leitura com banda sonora até que se me acaba o jornal. Autocarro, nem vê-lo. Resigno-me e começo a prestar mais atenção à conversa das criaturas. Até porque nem eu nem as trinta pessoas mais próximas temos qualquer alternativa, que as criaturas estão a falar como se estivessem sozinhas no mundo. Tudo é dito  clara e audivelmente, de onde eu estou até ao fim da fila. Mal seguro o queixo quando me começa a chegar aos ouvidos o relato da desastrosa performance de um mocinho, namorado de uma das cromas, que sofreu um episódio de disfunção erectil   resolvido, a duras penas, com muitos 'beijinhos' (não me perguntem onde). Pensava eu que o horror teria acabado por aí; enganei.me. O pobre moço teve mesmo uma noite azarada: parece que, quando finalmente conseguiu começar o acto, acabou depressa demais. O que não pareceu incomodar muito a rapariga que, aparentemente, tem muito apetite e queria era 'despachar a coisa para ir jantar'. O que veio a acontecer, ainda com o rapaz (que, by the way, jurou que 'aquilo nunca lhe tinha acontecido'), e culminou na oficialização do namoro. Sim, porque antes (da badalhoquice) ainda não eram um 'couple, couple'. Agora parece que já são. Olha que bom, ficámos, eu e os outros trinta ouvintes involuntários, tremendamente comovidos! Estivemos para dar vivas, e fazer uma mini onda, sei lá, mas entretanto chegou o 7 e o momento perdeu-se. Mas tive pena, palavra que tive, que a abnegação da rapariga, incansável nos detalhes e generosa na partilha, merecia o nosso apreço.

Ah, já me ia embora sem congratular a mãe da criatura: parabéns, cara senhora,  fez um excelente trabalho nos últimos 22 anos; tem aí uma menina que é um mimo de princípios e discreção! E, já agora, um pequeno conselho: Rapaz da alegada disfunção eréctil e ejaculação precoce, se me estás a ler: não te preocupes, que isso acontece a qualquer um, e até se trata e tudo. Mas tu acorda, puto. Queres mesmo estar com uma maluca aluada que te vilipendia numa paragem de autocarro e informa  o mundo dos teus momentos menos felizes e dos teus momentos de alegria precoce, sem pudor nem sensibilidade por ti, que até diz que és namorado dela? Faz-te mas é à vida, que arranjas facilmente mais gira (muito, muito mais gira), menos rodada  e menos língua de trapos. E com amigas menos parvitas, também. Pira-te, pira-te, enquanto podes!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Nobel da Literatura

Como não conheço o senhor chinês que ganhou este ano, tentei informar-me sobre a sua obra. Aparentemente escreveu um livro com o sugestivo título 'Peito Grande, Ancas Largas'. À primeira vista, tanto poderia ser um tratado sobre a mulher oriental em tudo o que ela não é como uma biografia não autorizada da Nigella Lawson. Preparava-me portanto para começar a falar do que não sei e começar a mandar vir com os critérios para atribuição destas coisas do nobél e tal, mas antes de dizer asneira fui ler a sinopse do livro. Pois que afinal é uma história mais ou menos séria de sobrevivência e até me despertou algum interesse, apesar de ter ali um ou outro detalhe bizarro; parece que o filho da heroína era viciado no leite da sua mãe. O que estaria bem, se fosse um gorducho bébé. Fiquei com a ideia de que não seria, e que seria um marmanjo já com idade para ter juízo. Complexo de édipo ou autor tarado? Who the hell knows, mas em suma, WEIRD!!!!. 
O certo é que me lixou o post. Agora tenho de passar para o Plano B e dizer mal do Saramago, que, como toda a gente sabe é o pior autor português logo a seguir ao José Rodrigues dos Santos (que já vai no deécimo livro, sabe-se lá por que razão). E, agora que ninguém nos ouve, especialmente o meu Prof. de Teoria e Metologia Literária, o Memorial do Convento é INTRAGÁVEL! 

Mas, e para não dizerem que nunca se aprende nada aqui (o que é um facto já estabelecido, mas mintam-me que eu não me importo), aqui fica a lista dos últimos 15 laureados.  Dos 15 só conheço o Llosa e o traidor de Lanzarote. Não sei se me deva sentir mesmo burra ou se isto me passa se me filiar no PC...(agora fui má, mas pronto. China e Saramago...assim de repente foi o que me ocorreu...)

2012: Mo Yan (China)
2011: Tomas Tranströmer (Suécia)
2010: Mario Vargas Llosa (Peru-Espanha)
2009: Herta Müller (Alemanha)
2008: Jean-Marie Gustave Le Clezio (França)
2007: Doris Lessing (Grã-Bretanha)
2006: Orhan Pamuk (Turquia)
2005: Harold Pinter (Grã-Bretanha)
2004: Elfriede Jelinek (Áustria)
2003: J.M. Coetzee (África do Sul)
2002: Imre Kertesz (Hungria)
2001: V.S. Naipaul (Grã-Bretanha)
2000: Gao Xingjian (França-de origem chinesa)
1999: Gunter Grass (Alemanha)
1998: José Saramago (Portugal)
tirado daqui