Dei comigo ontem a festejar um golo do benfica com alguma euforia (levantei
os bracinhos antes de, horrorizada, dar conta do que estava a fazer), coisa que
já não fazia desde umas competições europeias nos idos de 87, se não me falha a
memória, em que estava em Paris, hospedada em casa dos meus primos e subjugada pelo
charme imberbe de um amigo deles, que (para minha grande tristeza) era do Benfica. Ora, quando em Roma, sê romano;
não ia torcer pelos outros (que nem sei já quem eram) quando o objecto cobiçado
estava ali todo entusiasmado a vibrar pelos homenzinhos de vermelho. Às vezes
os fins justificam os meios, e naquela situação foi o que aconteceu, apesar de no
final, tanto para mim como para o Benfas, a coisa não ter corrido bem :).
Pois que ontem, aconteceu o mesmo. Em parte por osmose conjugal, que acaba
por dissolver alguns (não todos) anticorpos ao benfas que assumo que tenho, em parte
porque sou incapaz de assistir a um jogo de futebol sem estar a torcer por uma das
equipas, optei pelo mal menor. Novamente, quando em Roma, sê romano, e visto que não nutro simpatia particular
pelo FCP (muito por culpa dos seus dirigentes e acólitos), obviamente, e a bem da harmonia
familiar, preferia que o Benfica vencesse. E, se o resultado me é absolutamente
indiferente (o Sporting já foi à vida nesta competição, so who the hell cares),
já não me são indiferentes as declarações ridículas do sr. Jorge Nuno, que corroboram
(sempre) o que escrevi lá mais atrás. Não é bonito menosprezar uma competição. Não é bonito dizer ‘Já estamos livres da Taça da Liga’. Mas é
o espírito que rege as hostes do Douro. O que é pena, na medida em que perdem
mais do que ganham, que respeitar o adversário é sempre bonito e fica bem. Os meus amigos portistas desculparão a franqueza (Isabel, já
falamos muitas vezes sobre isto J), mas não se atura a soberba bacoca desta
alma.