quarta-feira, 17 de abril de 2013

Não devia ter deixado as drogas...


Sabemos que estamos com um pé na porta do asilo quando começamos a sonhar com colegas, de quem não gostamos particularmente, por sinal, e que nos dizem “vou almoçar” e vá de aparecer um senhor de boina (que calhava  ser o Ângelo Correia), com dois cavalos e vá de montar os bichos e de sair porta fora. Quando passa por nós vemos que, abaixo do joelho, as pernas da dita colega estão cheias de pelos ( mas não eram alguns pelos, eram muitos, muitos pelos, eram pernas à Hobbit!!) e pensamos, ainda em choque,  "valha-me Deus, tanta mania e tem-me as pernas naquele estado. Ca noijo!". E vá de alguém dizer ‘ai, que ainda cai’. Nem a propósito... ouviu-se um grito. Fomos ver. Um dos cavalos já ia mais leve...

O Freud ia adorar analisar-me.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Da gastura


No meu curso de escrita criativa, feito há uns anos atrás na “Companhia do Eu”, um projecto giríssimo da responsabilidade de Pedro Sena Lino, um dos primeiros exercícios que nos foi proposto foi escrever uma história a partir de um ponto de vista improvável. Lembro-me que tínhamos de fingir ser uma aspirina (efervescente, presumi) prestes a ser ‘afogada’ num copo de água. Sairam dali umas linhas bem engraçadas que, para além de nos valerem algumas gargalhadas, serviram o propósito de deslocar o nosso ‘eu’ e as nossas experiências do centro gravitacional a que estamos habituados e dar largas à criativadade, por mais absurda que fosse a rota seguida. Pois que me lembrei disso agora porque recordo que me senti feliz na pele de uma aspirina efervescente, com os ácidos acetilsalicílicos aos saltos, mesmo que prestes a falecer. Na história, a minha missão era nobre. Havia, portanto, um propósito para a coisa. Hoje, depois de uma manhã inteira a inventar que fazer porque alguém não quis pagar as licenças do software e o fornecedor as suspendeu, dei por mim a pensar que realmente uma aspirina deve ter uma realização profissional muito superior à minha.  


Um dia, quando pouco mais tiver a perder, explico. Por hoje é só um desabafo de alguém muito farta de colossais erros de gestão e grosseiro desrespeito pelos colaboradores. Eu ainda sou do tempo em que as empresas não eram um depósito geriátrico de amigalhaços, ou de políticos wannabe, em que o parque automóvel não era mais importante do que o capital humano, e em que o fim último de um dia de trabalho não era a chegada da hora de saída.  E, lá está, se eu fosse uma aspirina efervescente, não ficava a pensar nestas coisas.  

sexta-feira, 5 de abril de 2013

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Das excentricidades caninas

Nero Augusto adora-me. E hoje, vá-se lá saber porquê, achou que devia demonstrar-me essa devoção com uma prova mais material. Vai daí, durante o passeio matinal, foi-me esgravatar nas ervas e trouxe-me de lá... um coelho morto. Que depois deixou cair aos meus pés. E isto, claro, é amor. Não sei  mesmo se não terá suplantado o pardalito (também defunto) que Gato Gil me deixou debaixo da cama há uns anos atrás e que eu descobri ao seguir, qual Gretel dos tempos modernos, não migalhas, mas penas espalhadas desde o hall de entrada até ao quarto...
Tem sido isto a paga que tenho por acolher animais desprotegidos: ofertas macabras e cuecas roídas. Estou convencida que devo ter sido uma grande cabra na encarnação anterior.