segunda-feira, 30 de setembro de 2013

'Tá explicada a descida da fertilidade do mundo ocidental


E foi este senhor que descobriu a pólvora. Este ser humano, abnegado e iluminado, vem hoje a público ajudar-nos a aumentar os nossos índices de natalidade. Vede aqui.

Meninas! Afastai-vos desse demo que é o automóvel, esse alterador de ovários que vos eleva as ancas e vos empurra a 'pélve' para cima, impedindo-vos subrepticiamente e pela calada de terdes dúzias de meninos. Voltemos todas a andar a pé. Ou de burro. Quiçá às cavalitas deste Sheik, por que não?

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Quem vê caras não vê corações - ou outro provérbio aplicável a um imóvel lavadinho por fora e uma porcalhota por dentro

Anda aí na berra o novo centro comercial (ha ha ha) de Lisboa, apelidado de Embaixada, que veio ocupar o Palacete Ribeiro da Cunha, ali ao Príncipe Real. Como vizinhos, tivemos direito aqui no office a convite para a inauguração que, consta, foi muito animada com muito pindérico pendurado nas varandas a comer e beber à borla.  Eu não fui, obviamente, que tenho mais o que fazer e não aprecio as aglomerações de tios da linha mortos de fome (ah, não vos disse, pois, as lojinhas são todas muito tias, muito tias, que caturreira.).

Já mentalizada para a potencial pinderiquice, ainda assim não quis deixar de ir ver in loco porque o palacete é lindíssimo e mortinha estava eu por poder entrar lá dentro. Pois que entrei, extasiada, pronta para uma viagem ao passado, mesmo que com um twist de modernidade. Quanto ao passado não fui defraudada. Na verdade, o cotão do século XIX ainda lá está, a fazer companhia à alcatifa puída e remendada. E ao espelho da escadaria da entrada, manchado e partido. E já nem falo dos tectos com a tinta a pelar, ou dos murais em clara necessidade de restauro. Quanto ao twist de modernidade foi mesmo só o cheiro a assados, vindo do café restaurante que uma alma iluminada decidiu colocar no mini claustro interior. Um must. 
Certinho certinho é que até me tirarem os escaparates de mantas do nepal, xanatinhas e malas de lona que custam 148€, ou até restaurarem o palacete por dentro como deve ser, não volto a por lá os pés.


Muito boa ideia, sim senhora. Aprecio bastante a nobreza falida que não tem dinheiro para restaurar o património que herda e o vende ao desbarato a "imobiliárias" que depois andam aí a fazer “bonitos” destes, disfarçados de requalificações. Respeito pelo edifício e ambiente do bairro  my ass! Tende vergonha, mas é. 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

o filho pródigo que escusa de voltar

Leio aqui que o jovem Bruma terá dito, referindo-se ao meu Sporting: “Vou ter muitas saudades, pois sempre foi esta a minha casa. O que tenho a dizer aos adeptos e sócios é que isto é apenas uma passagem para mim. Voltarei ».

Caro Bruma, como  adepta  - não sócia (deus ma livre, tanto livro que eu compro com o dinheiro das quotas) - se te tivesse ouvido tinha-te dito o seguinte: “epá, ó Bruma, deixa lá ‘tar isso, sim?  Por mim podes ficar nos turcos para toda a vida e mais um dia. Até podes ir depois para o SLB ou para o FCP que é para o lado que eu durmo melhor. Já agora se o fizeres, faz no prazo de cinco anos que é para o Sporting encaixar mais 30 milhões, que até nos dava jeito. Agora voltar para o Sporting? Mas nem que a vaca tussisse lingotes de ouro tu lá voltavas a por os pés se fosse eu a mandar. Nem que isso fizesse o Sporting campeão durante dez anos eu te lá queria. Há valores mais altos, meu caro amigo. Um dia vais perceber...”
Era isto que eu lhe dizia. Mas isto sou eu que sou má. Se eu não fosse má, fazia como no    benfas, que admite que um gajo falte ao respeito ao treinador e o mantém a jogar. Se fosse comigo, bom ou não, o Cardozo também já estava na rua. Sou má, lá está. É uma falha de caracter grave que me impede logo à partida de ser dirigente seja do que for. É que também tenho esta dificuldade em baixar as calcinhas e dobrar-me pela cintura e deixar que...enfim. Tenho a coluna pouco flexível. Também pode ser da espondilose, que isto dos 40 é uma coisa terrível. Mas sempre direitinha. Não há agachamentos comigo. Lamentamos profunda e sentidamente.

Posto isto, Bruma, tem uma boa vida, sim? Longe.
Agradecida.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Os cromos que faltavam


Preciosa
Falópio
E aqui estão eles, os mais recentes habitantes do zoo da Safira. Preciosa - que espero seja uma fêmea, embora não possa jurar - viveu no escritório até ao passado mês de Agosto. Comprei-a no regresso de um teste de História da Arte Portuguesa que não me tinha corrido grande coisa. Como aqui na zona as boutiques que existem ou são de griffe ou só têm coisas pindéricas (vai dar quase ao mesmo, mas não digam a ninguém que eu ousei criticar os estilistas nacionais) entrei na primeira porta onde percebi que podia gastar dinheiro (que é como quem diz afogar as mágoas. Há quem vá para as drogas ou o álcool, eu é mais bichos, pronto). E assim trouxe a Preciosa, mais a sua ilha com  palmeira, a quem botei orgulhosamente em cima da minha secretária aqui no escritório. Se dúvidas restavam quanto à minha (in)sanidade mental depressa se dissiparam quando um dos administradores (felizmente nenhum dos meus) me encontrou a caminho da casa de banho, para tratar da higiene pessoal de Preciosa. "ah, leva aí um peixinho!!" (é isso, é uma espécie nova, muito rara, tem 4 patas e estica o pescoço...DAHHHH!!! mas pronto, temos de ser delicados, afinal os estúpidos são pessoas como as outras; embora tenham deficit de inteligência também têm sentimentos e temos de ser cristãos) "não, não, é uma tartaruga". " "Ahhh, que giro.  E tem nome?" "Tem tem, é a Preciosa!". A cara do homem foi impagável. Eu sei que a minha credibilidade acabou nesse momento. E eu raladinha com isso.

Preciosa (que come como uma bestinha) foi crescendo, crescendo, até que me começou a ficar entalada entre a palmeira e a parede do aquário. Percebi que tinha de comprar uma casa maior, o que resultou na aquisição por arrasto do pequeno Falópio. Estava em promoção: Compre a tartarugueira e leve a tartaruga. E como resistir a uma coisinha tão fofa? E pronto. Lá andam os dois alegremente na casinha nova, ela cinco vezes maior do que ele (também não sei se é macho, note-se), e ele aproveitando-se desse facto para lhe subir para a carapaça e cravar umas boleias. É mesmo giro, o pequenito Falópio. E porquê Falópio? Porque teve de ser, prometi que deixava escolher o nome, para mal dos meus pecados. Também eu interroguei delicadamente o padrinho quando me deu conta da sua escolha: "Falópio????? what the hell?!!". Obtive isto como resposta: "assim podes sempre dizer "ó Falópio, o que te aconteceu? Estás cá com umas trombas!"

E é isto a minha vida...

PS: o padrinho também sabe que são trompas e não trombas, mas diz que é for the sake of argument. tá bem, pronto...

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O ciclo da vida

Há dias relatei a minha satisfação por ter tentado salvar uma osguita estropiada. O verbo é bem empregue. Tentei, mas não logrei alcançar o objectivo e, é pois, com pesar que informo que encontrei há pouco os seus restos mortais, ali perto do canteiro onde a depositei na esperança que o sossego a deixasse recuperar. Não sei isto é um presságio de desgraça aqui no escritório, é verdade que duas garantias bancárias bateram na trave e que anda tudo um bocado mal disposto, mas creio que devo contrariar o mau karma com uma história de sucesso.

Há uns tempos postei aqui que os meus mandarins tinham dado cabo das crias todas. Fiquei bastante chocada na altura, por isso, quando os bengalins do japão começaram nova postura nem quis saber. Deixei-os estar, na esperança de que aquilo não desse em nada. Só para me contrariar, no dia em que fui de férias, espreitei o ninho e lá estava uma bolita com pernas a mexer no meio das cascas. Certa de que o bicharoco ia acabar como os outros, nem me entusiasmei. Deixei tudo entregue à minha irmã e fui-me embora. Os relatos diários iam dando conta dos progressos da criatura e dos dois irmãos nascidos entretanto. Quando voltei já tinham penas e poucos dias depois já olhavam com dois olhões muito desproporcionados (são feios que se fartam os pássaros recém nascidos). Comecei a gostar dos bichos e a passar mais tempo do que devia em contemplação da rotina familiar. Os bengalins do japão, contrariamente aos dois mandarins idiotas que lá tenho, são pais extremosos e cientes das rotinas. Um alimenta, o outro ingere os excrementos para manter o ninho sempre limpo. Sim, é nojento, mas é assim, que vi eu com estes dois olhinhos.
E aqui fica o resultado desta empreitada numa foto de família tirada às sete da manhã quando ainda estão todos ensardinhados no ninho. 
Os bébés, já quase autónomos agora, são os dois completamente brancos, que penso serem albinos e talvez ainda possam render umas coroas porque não vejo com frequência nesta raça, e o mais pequenito( em baixo à direita) malhado.
Como não podia deixar de ser, esta malta tem  (quase) toda nome: o pai Anis, único macho (de peito branco); Canela (uma das mães possíveis, a mais escura à esquerda); Cacau (a outra mãe possível, escura em baixo); Mel, a tia solteirona e chata, armada em vamp na foto, ao centro. Os pequenitos: Jorge Jesus (um dos albinos, assim baptizado por causa da farta cabeleira branca na altura); Afonso Henriques, o outro albino, porque o apanhei a bicar a mãe, ingrata criatura; e, por fim, o sem nome, malhadinho porque ainda não se destacou. 

Amanhã mostro as minhas tartarugas. E logo a seguir, a Arca que vou ter de construir...