sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A lata das pessoas é uma coisa que não tem explicação

Oito e picos da manhã. Perdido o comboio por escassos 35 segundos, e com dez minutos de espera pelo próximo, dirijo-me ao café da estação para aumentar o meu perímetro abdominal com calorias absolutamente escusadas. Noto que se assoma ao meu lado, ao balcão, uma senhora muito agitada, mas não lhe ligo mais do que o necessário, esperando placidamente a minha vez. Que chega, finalmente. Eis que peço ao rapazinho o meu bolinho para levar. Mas antes de conseguir acabar a minha frase, a hiperactiva ao meu lado começa a bater com uma moeda em cima do balcão e vá de dizer (ao empregado, preciso) 'Olhe desculpe, posso só pedir duas bolinhas que senão perco o comboio e só tenho de hora a hora?'.
E que acham que aconteceu? Pois que o empregado vá de largar tudo e ir atender a senhora. Virei-me para lançar o meu olhar de profundo desdém à criatura, assim como quem diz 'és pouco malcriadinha, ó cabra' porque Deus me livre de sequer perder latim com gente deste calibre. Ainda me pediu 'imensa desculpa', o que me fez tanto efeito como um pente a um careca, porque o meu problema já não era com ela, mas sim com o anormal do empregado que, corrijam-me se estiver errada, até podia atender a monga primeiro, mas NUNCA sem pedir-me licença primeiro. Seria pedir muito? Suponho que sim, porque um simples 'obrigada por ter cedido a vez' também foi coisa que não ouvi nem de um nem de outro. Posto isto, estou a fazer uma sondagem: o que deveria ter feito esta vossa dilecta amiga?
a) ter descomposto a apressada hiperactiva e não lhe ter cedido a vez
b) ter descomposto o empregado e ter-lhe dito que não é ele que decide se pode ceder a vez do cliente
c) ter desejado um óptimo dia aos dois e ter ido comprar bolinhos a outro lado.

Era a c), não era? Também acho, mas o raio do bolo estava com tão bom aspecto que calei e amoxei, comprei o estúpido bolo e agora odeio-me profundamente. Para a próxima, bato primeiro e pergunto depois. Just in case. Para não ficar a pensar nisso.  
Mas em calhando ainda vou fazer reclamação no livro, quando for para casa logo à noite. 

1 comentário:

  1. A c) é a politicamente correcta ( mas por vezes, de manhã não é fácil...) de qq modo o empregado também merecia uma advertenciazita. Não digo o cartão vermelho do raspanete, só mesmo o amarelo, para não voltar a prevaricar

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